Paul Craig Roberts, Global Research, October 4, 2011
Na década passada, Washington matou, mutilou, deslocou e tornou viúvas e órfãos milhões de civis, tudo em nome da “guerra ao terror”. Os ataques de Washington a outros países constituem agressão nua e impactam primariamente as populações civis e infraestrutura – e, por isso, constituem crimes de guerra segundo a lei. Nazis foram executados precisamente pelo que Washington está hoje a fazer.
Além disso, as guerras e ataques militarem custaram aos contribuintes americanos em prejuízos e custos a serem incorridos no futuro pelo menos 4 trilhões de dólares – um terço da dívida pública acumulada – o que resultou numa crise do défice dos EUA que ameaça a seguridade social, vale-alimentação, medicare, o valor do US dólar e o seu status de divisa de reserva internacional, enquanto enriquece de forma nunca visto antes na história o complexo militar/industrial e de segurança e seus apologistas.
Talvez o mais elevado custo da “guerra ao terror” de Washington tenha sido pago pela Constituição dos Estados Unidos e suas liberdades civis. Qualquer cidadão dos EUA que Washington acuse é privado de todos os direitos legais e constitucionais, podendo ser assassinado sem jugamento. Os regimes Bush-Cheney-Obama arruinaram a maior conquista da humanidade – a responsabilidade do governo perante a lei.
Se olharmos ao redor do terror de que a polícia de estado alegadamente nos protegeu, excepto para o próprio 11/Set, assumindo que aceitamos a improvável teoria oficial do governo, não houve ataques terroristas nos EUA. Na verdade, como destacou o RT em 23/Agosto/2011, um programa de investigação da Universidade da Califórnia descobriu que as “tramas de terror” interno publicitadas nos media foram preparadas por agentes do FBI. http://rt.com/usa/news/fbi-terror-report-plot-365-899/
O número de agentes encobertos do FBI agora ascende a 15 mil, dez vezes o número existente durante os protestos contra a guerra do Vietname quando manifestantes eram acusados de simpatias comunistas. Como aparentemente não há conspirações reais de terror para esta enorme força de trabalho descobrir, o FBI justifica seu orçamento, alertas de terror e buscas invasivas de cidadãos americanos inventando “tramas de terror” e descobrindo alguns indivíduos dementes para capturar. Exemplo: a trama da bomba no Metro de Washington DC, a trama do metro na cidade de Nova York, a trama para explodir a Sears Tower em Chicago foram todos estratagemas organizados e geridos por agentes do FBI.
O mais recente laço armado pelo FBI é um homem de Boston, Rezwan Ferdaus, o qual é acusado de planear explodir o Pentágono e o Capitólio dos EUA com pequenos modelos de aviões carregados com explosivos C-4. O Promotor dos EUA, Carmen Ortiz, assegurou aos americanos que eles nunca estiveram em perigo porque os agentes encobertos do FBI estavam a executar e controlar a trama. usatoday.com/news/washington/story/2011-09-28/DC-terrorist-plot-drone/50593792/1
Ferdaus serve a qual organização terrorista? Certamente não a al Qaeda, a qual alegadamente enganou todos os 16 serviços de inteligência dos EUA, NATO, NORAD, o National Security Council, Air Traffic Control, Dick Cheney e a segurança de aeroportos estado-unidenses quatro vezes na mesma hora no dia 11 de setembro. Uma organização terrorista tão altamente capaz não estaria envolvida numa trama tão insignificante como explodir o Pentágono com um pequeno avião.
Como um americano que esteve no serviço público durante anos, devo esperar que a pergunta já tenha disparado nas cabeças dos leitores: por que esperam que acreditemos que um pequeno avião seja capaz de explodir o Pentágono quando um avião de passageiros Boeing 757 carregado com jet fuel foi incapaz de efectuar a tarefa, fazendo meramente um pequeno buraco na parede do Pentágono.
Quando observo a credulidade dos meus concidadãos para com as absurdas “tramas de terror” que o governo dos EUA fabrica, isso leva-me a perceber que o medo é a mais poderosa arma que tem qualquer governo para avançar uma agenda não declarada.
Aparentemente, os americanos, ou a maior parte deles, estão tão dominados pelo medo que não podem sentir remorsos pelo facto de o “seu” governo assassinar e deslocar milhões de pessoas inocentes. Na mente americana, bilhões de civis foram reduzidas a terroristas que merecem ser exterminados. Os EUA estão no caminho de um holocausto que tornam os terrores nazistas um mero precursor.
Pense acerca disto: Não será admirável que após uma década de matança, de destruição de famílias inocentes em seis países islâmicos não haja eventos terroristas reais nos EUA?
Pense por um minuto quão fácil seria o terrorismo nos EUA se houvesse quaisquer terroristas realmente dispostos a fazer. Será que um terrorista da Al Qaeda, a organização que alegadamente conseguiu o 11/Set – a mais humilhante derrota sofrida por uma potência ocidental, ainda mais “a única superpotência do mundo” – ainda estaria a tentar sequestrar ou explodir um avião?
Certamente não quando há tantos alvos fáceis. Se a América estivesse realmente infectada por uma “ameaça terrorista real”, um terrorista simplesmente entraria nas maciças filas de espera de aeroportos, estações de metro ou em shopping centers e largaria ali a sua bomba na hora do rush. Isso mataria muito mais pessoas do que poderia ser alcançado explodindo um avião e tornaria completamente claro que a “segurança” não significa que seja seguro.
Seria uma brincadeira de criança para terroristas explodir subestações eléctricas pois ninguém está ali, nada excepto um cadeado na cerca de arame. Seria fácil para terroristas explodirem centros comerciais. Seria fácil para terroristas despejarem caixas de pregos em ruas congestionadas e auto-estradas durante as horas de ponta, interrompendo o tráfego de artérias importantes durante dias.
Antes, caro leitor, de me acusar de dar ideias terroristas, pensa realmente que elas já não teriam ocorrido se os terroristas são capazes de executar o 11/Set?
Mas nada acontece. Então o FBI prende um rapaz por planear explodir a América com modelos de aviões. É realmente deprimente [verificar] quantos americanos acreditarão nisto.
Considere também que neoconservadores americanos, os quais orquestraram a “guerra ao terror”, não tem protecção e que a protecção do Serviço Secreto de Bush e Cheney é mínima. Se a América realmente enfrentasse uma ameaça terrorista verdadeira, especialmente uma tão profissional como a que executou o 11/Set, todo neoconservador juntamente com Bush e Cheney podiam ser assassinados dentro uma hora.
O facto de neoconservadores tais como Paul Wolfowitz, Donald Rumsfeld, Condi Rice, et. al., viverem desprotegidos e livres do medo é prova de que a América não enfrenta nenhuma ameaça terrorista.
Pense agora acerca da trama do sapato-bomba, da trama do champô engarrafado com bomba e da trama da bomba nas cuecas. Peritos verdadeiros, outros que não são prostitutas contratadas pelo governo estado-unidense, dizem que tais tramas não têm sentido. O “sapato-bomba” e a “bomba nas cuecas” eram fogos de artifício coloridos incapazes de explodir uma lata de comida. A bomba líquida, alegadamente misturada na toilete de um avião, foi considerada pelos peritos como fantasia.
Qual a finalidade destas tramas falsas? E recorde que todas as informações confirmam que a “bomba nas cuecas” foi trazido para dentro do avião por um oficial do serviço secreto, apesar do facto de o “bombista de cuecas” não ter passaporte. Nenhuma investigação foi efectuada pelo FBI, CIA ou quem quer que seja quanto à razão porque foi permitido um passageiro sem passaporte entrar num voo internacional e colocar uma bomba a bordo.
A finalidade destas pretensas tramas é despertar o nível de medo e criar oportunidade para o ex czar da Homeland Security, Michael Chertoff, ganhar uma fortuna a vender porno-scanners radioativos à Transportation Security Administration (TSA).
O resultado destes publicitadas “tramas terroristas” é que todo cidadão americano, mesmo com altas posições no governo e certificados de segurança, não podem embarcar num voo comercial sem tirar os sapatos, o casaco, o cinto, submeter-se a um porno-scanner ou ser sexualmente apalpado por agentes da TSA. Nada podia tornar as coisas mais simples do que uma “segurança de aeroporto” que não pode distinguir um terrorista muçulmano de um entusiástico patriota americano, de um senador, de um general da Marinha ou de um operacional da CIA.
Se um passageiro precisa por razões de saúde transportar quantidades de líquidos e cremes para além dos limites impostos à pasta de dente, champô, alimentos ou medicamentos, ele deve obter previamente autorização da TSA, a qual raramente funciona. Um dos mais admiráveis momentos da América é o caso, documentado no YouTube, de uma mulher doente numa cadeira de rodas, que exige alimentação especial, tendo o seu alimento jogado fora pela gestapo TSA apesar da aprovação escrita da Transportation Safety Administration, com a sua filha presa por protestar e a mulher moribunda abandonada sozinha no aeroporto.
Isto é a América de hoje. Estes assaltos a cidadãos inocentes são justificados pela extrema-direita estúpida como “protegendo-nos contra o terrorismo”, uma “ameaça” que toda evidência mostra que não existe e que foi inventado pelo governo.
Nenhum americano hoje está seguro. Sou um antigo associado da equipe do subcomité da House Defense Appropriations. Requeria altas autorizações (clearances) de segurança pois tenho acesso a informação respeitante a todos os programas americanos de armas. Como economista chefe do House Budget Committee tenho informação respeitante aos orçamentos militares e de segurança dos EUA. Quando era secretário assistente do Tesouro dos EUA, fornecida toda manhã o relatório da CIA ao Presidente bem como infindável informação de segurança.
Quando deixei o Tesouro, o Presidente Reagan nomeou-me para um comité super-secreto destinado a investigar a avaliação da CIA da capacidade soviética. Resumindo, eu era consultor do Pentágono. Tinha toda espécie de autorização de segurança.
Apesar do meu registo das mais altas autorizações de segurança e da confiança do governo dos EUA em mim, incluindo confirmação pelo Senado numa nomeação presidencial, a polícia aérea não pode distinguir-me de um terrorista.
Se eu brincasse com modelismo de aviões ou comparecesse a manifestações anti-guerra, há pouca dúvida de que também seria preso.
É extraordinário que tantos cidadãos americanos, cidadãos da única superpotência do mundo, realmente acreditem que estão a ser ameaçados por povos muçulmanos que não têm unidade, nem marinha, nem força aérea, nem armas nucleares, nem mísseis capazes de cruzar os oceanos.
Na verdade, grandes percentagens destas “populações ameaçadoras” muçulmanos, especialmente entre os jovens, estão corrompidos pela liberdade sexual que existe na América. Mesmo os iranianos tolos que apoiaram a “Revolução Verde” orquestrada pela CIA esqueceram o derrube por Washington na década de 1950 do seu governo democraticamente eleito. Apesar de uma década de acções militares abusivas contra povos muçulmanos, muitos muçulmanos ainda olham para a América para a sua salvação.
Seus “líderes” são simplesmente subornados com grandes somas de dinheiro.
Com a “ameaça terrorista” e a Al Qaeda sem Osama bin Laden, o qual fora deixado desprotegido e desarmado pela sua “organização terrorista de âmbito mundial”, Washington produziu um novo bicho-papão – os Haqqanis.
Segundo John Glaser e anónimo responsáveis da CIA, o presidente do US Joint Chiefs of Staff, Mike Mullen, “exagerou” o caso contra o grupo insurgente Haqqani quando afirmou, os Hagganis eram um braço operacional do serviço secreto do governo do Paquistão, o ISI. O almirante Mullen está agora a afastar-se do seu “exagero”, um eufemismo para uma mentira. Seu ajudante, capitão John Kirby, disse que as acusações de Mullen foram destinadas a influenciar os paquistaneses a romper a Rede Haqqani”. Por outras palavras, os paquistaneses deveriam matar e torturar mais gente do seu próprio povo para salvar os americanos de perturbações.
Se não sabe o que é a Rede Haqqani, não fique surpreendido. Você nunca ouviu falar da Al Qaeda antes do 11/Set. O governo dos EUA inventa não importa a que seja, novos bicho-papão que são necessários para causar incidentes para proover a agenda neoconservadora de hegemonia mundial e de lucros mais altos para a indústria de armamentos americanos.
Durante dez anos, a população da “superpotência” americana sentou aí, sendo apavorada e mentalmente estupradas pelas mentiras do governo. Enquanto americanos assentam no medo de “terroristas” não existentes, milhões de pessoas em seis países tiveram suas vidas destruídas. Tanto quanto existe de evidência, a vasta maioria dos americanos não está perturbada e nem sente qualquer remorso pelo assassínio desumano de outras pessoas em países que não são capazes de localizar nos mapas.
Realmente, a Amerika é uma luz para o mundo, um exemplo para todos.
30/Setembro/2011
O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=26866
Este artigo traduzido encontra-se em http://resistir.info/
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